Fragmentando meu eu através das palavras dos outros - Parte 1
"Se o brilho das estrelas dói em mim,se é possível essa comunicação distante,é que alguma coisa quase semelhante a uma estrela trêmula dentro de mim" (Perto do Coração Selvagem, Clarice Lispector)
"Não sei sentir-me onde estou" (Fernando Pessoa)
"Pergunto a mim mesmo porque é assim,igual pra todo mundo,mas dói bem mais em mim" (Dançando com a Lua, Capital Inicial)
"A tarde me acalma,a noite me consome" (Dançando com a Lua, Capital Inicial)
"Será que eu sou assim tão fácil de esquecer?Ou sou algum qualquer pra não te merecer?" (Passos Falsos, Capital Inicial)
"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo" (Sentimento do Mundo, Carlos Drummond de Andrade)
"Perdi o bonde e a esperança.Volto pálido para casa." (Soneto da Perdida Esperança, Carlos Drummond de Andrade)
Acordar, Viver
Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
Carlos Drummond de Andrade
Um comentário:
É engraçado como existem coisas que parecem tanto que foram escritas por nós... Mas não foram! E aí vc descobre que alguém já disse, há anos, exatamente o q vc pensava ou sentia.
Beijo grande!
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