domingo, 4 de maio de 2014

Oca...

Coração vazio...
De novo.
Releio as palavras escritas para você e agora não passam de palavras ocas... a boniteza foi embora.
Sempre vai...
E o que resta é um coração oco. E um orgulho ferido.
Pensamentos ruins zombam de mim... Gargalham com a minha solidão: "vai ser sempre assim!"
Seca! Oca! ...sempre assim...

(Este texto foi escrito no dia 30/03/2014. Mas poderia ter sido escrito em 2010. 2007. 2006. 2005. 20...)

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ocoraçãocoecoaçãocasecasocosecorpo

(02/05/2014)

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palavra oca soca o oco seco coração

(02/05/2014)

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palavra oca espezinha o seco coração, seco corpo, só não é seco o olho
espinho fincado ardido no árido corpo

espinho  
                  finca estaca estilhaça
espezinha

secura racha o lábio da boca oca seca

lábio árido, espinho ardido

(02/05/2014)

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Eu não tenho paz... meu corpo é feito de angústias, meu peito pulsa pessimismos, meus sonhos são tormentos... os olhos úmidos são únicos no meio da secura da frustração... Minha boca gargalha uma vida sem graça! Meu coração cada dia desfolha-se mais... e vou juntando os retalhos, os estilhaços de esperança que enfincam na pele... incomodam... Eu não tenho paz... e como poderia, se há tanta falta? Falta, ausência, buraco, vazio... Ideias fixas me perturbam... toda noite martelam pensamentos na cabeça, pensamentos ruins, ânsias, medos, desilusões, saudades... Lembranças que não se deixam esquecer estacam-se na alma... rasgam a doçura... sobra o amargor... Introverto-me ainda mais... as vozes na minha cabeça gritam, mas ninguém escuta... Sufoco Raquéis... Silencio as dores... Tantas dores beliscam o peito... cutucam, alfinetam, espezinham o peito... Sou feita de espinhos! Agonias sussurram nos meus ouvidos... escárnio, zombaria... ejaculam risadas de humilhação... Desamores fizeram, do meu coração carcomido, morada! Os ossos já foram corroídos pela culpa... tanta culpa... tanta culpa... existir é pecado? Peço licença. Sentença: culpada! Depois do gozo, o choro! Vergonha! Envergo... sucumbo. Escombro, carcaça, restos... de lucidez, de esperança... Silêncio! Anseio pelo silêncio, mas as vozes berram... não há paz!

(04/05/2014)

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Parei no tempo, mas o tempo não parou...
(04/05/2014)

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A gente dá mais importância pros cabelos do que pros corações...
(04/05/2014)