quinta-feira, 25 de abril de 2013

Seus olhos e outros pateticismos...

A negritude dos seus olhos reflete a tempestade que arrebata a sua alma. Toda a intensidade de sua inquietação se espelha nos seus olhos. Dois lagos escuros revoltos... Seu olhar impetuoso penetra a minha pele, enrubesce a minha face, preenche o meu sorriso acanhado... Seus olhos são como buracos negros que me sugam pra dentro deles... Eu tenho medo. Mas a verdade é que eu adoro a desmedida sôfrega dos olhos que me tragam. Seus olhos devoram meu rubor sem você nem ao menos saber (ou querer)...

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Minhas mãos faziam a latinha de refrigerante dançar na mesa. Silêncio inquieto. Eu quase fui embora. Os cochichos não me pertenciam e eu nada podia fazer. Mas eu fiquei. Eu queria ouvir. Eu queria saber. Os olhos fixos na latinha. Quanto mais eu tentava juntar os cacos dos sons, menos eu me via pertencendo ali. Mas não podia ir embora, não dessa vez. Naquelas palavras, estava escondido algo que eu precisava saber. A dúvida torturante poderia ir embora ali. Mas não foi. Alguns cacos não viraram lágrimas por muito pouco. Mas outros me fizeram sorrir. E eu fiquei sem saber. De novo. Estou estagnada, há muito tempo, numa situação desagradável, mas cômoda. Eu não tenho para onde ir... Ou melhor, eu tenho medo de sair daqui...

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Outro dia, outra latinha... Novos cochichos... A mesma dúvida!

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Eu não vou assumir que gosto de você, eu tive a chance, mas me calei. Fingi não me importar, fingi ser apenas uma amiga... Agora parece que já é tarde... Essa situação não vai mudar... Eu vou continuar delirando com cada palavra que você disser pra mim, tentando entender o que significa, até a dúvida me corroer por inteira. Até eu enlouquecer... Não falta muito. Aí, logo você vai estar com outra e eu vou me sentir uma imbecil. De novo.

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Com o coração estilhaçado. É, eu queria ser feita de aço e não de vidro (como diz uma música do Capital...)

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A tristeza sufocou tanto o peito que até me faltou o ar, pensei que fosse desmaiar...

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Pensando seriamente em voltar para a minha fase auto-destrutiva de relacionamentos superficiais e sem graça...

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Como se não bastasse sentir tudo isso, ainda tenho que lidar com a rejeição de um amigo que sempre foi muito querido pra mim e resolveu me tirar da vida dele, assim, sem mais nem menos... Já faz quase um ano e eu ainda sofro com isso. Escrevi o texto abaixo pra ele (mas ele nem vai ler, o que me torna patética, mas ok...):

Eu pensava em você e um sorriso era inevitável. Agora, o sorriso se desfez, virou uma lembrança dolorida. Mas eu ainda penso em você frequentemente. Eu ainda penso no seu sorriso. Ainda lembro daquele dia que você me ligou às 7h, foi a melhor maneira que alguém já me acordou e você nem soube que fiquei o dia inteiro radiante por causa do seu "bom dia". Ainda lembro das nossas conversas no msn de madrugada e dos scraps diários no Orkut. Você sempre me chamava de "pequena", lembra? "Oi, pequena", "te adoro, pequena"... E eu gostava tanto disso... Gostava de te ver, mesmo quando tinha que te ver com outros. E eu gostei de você desde o primeiro dia que te vi. Você me encantou logo nos primeiros minutos. Você é uma pessoa apaixonante. Mas, agora, eu tenho que esquecer de tudo isso. Mas eu não quero te esquecer. Eu não sou mais apaixonada por você já faz anos, mas você era alguém que sempre me faria sorrir. Você era especial. Você era um amigo especial. E a distância não apagou isso. Mas você me apagou. Eu ainda não consigo aceitar isso! Esses dias, achei uma foto sua perdida na minha carteira, no meio de fotos de outros amigos... Tive coragem de tirar a foto da carteira, mas não consegui me desfazer dela. Foi pra gaveta de bagunças. E é lá que você merece ficar, no meio da bagunça, da minha bagunça! Eu não vou te esquecer. Mas espero pensar menos em você. Você será alguém que um dia me fez bem e só. Até lá, sigo pensando em você...