sábado, 31 de março de 2012

Texto novo. Não é uma poesia, nem um conto, sei lá o que é isso. Uma angústia. Eu escrevo angústias...


O silêncio sepulta o peito e os lábios acimentam-se. 
A língua, agora pétrea, repousa na boca. 
Vaga, penitente, a virgem enlutada sob o manto negro.
Desfaz-se, em cinzas, os pés descalços, secos.
Secos... 
Os olhos, opacos, não lamentam a própria morte.
Vaga a virgem enlutada... a virgem seca. 
Seca!

(Raquel Zichelle - 30/03/2012)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Fiz uma nova poesia, se é que posso chamar assim. Ela foi inspirada em músicas que estava ouvindo esses dias... Não tem título, por enquanto. E talvez eu ainda a modifique. Mas, por ora, é isso:

Se me vê, não vejo.
Se te olho, escondo.
Se me toca, é de raspão.
Se sorri, sorrio.
Se fala, me calo.
Se silencia, nem um pio.
Se fica, já parti.

Se com, eu sem.
Se sim, eu não.
Se vem, eu na contramão.
Se me beija, é no rosto.
Se me olha, desvio.
Se desvio, já não viu.
Sorri, você já partiu.

(Raquel Zichelle - 11/03/2012)