DO RISO FEZ-SE O PRANTO
De repente do riso fêz-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fêz-se espuma
E das mãos espalmadas fêz-se o espanto.
De repente da calma fêz-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fêz-se o pressentimento
E do momento imóvel fêz-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fêz-se de triste o que se fêz amante
E de sozinho o que se fêz contente.
Fêz-se do amigo próximo o distante
Fêz-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais de repente.
(Vinicius de Morais- O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO E OUTROS POEMAS)
2 comentários:
Uma vez assisti a peça "O Retrato de Dorian Gray" do livro homônimo (é essa a palavra?) e em certo momento a "mocinha" da história, ao sofrer da dor da rejeição do amor, começa a cantar trechos desse poema/música/seiláoquê... A cena foi tão linda que lembro da melodia até hoje. Isso foi em 2006. Lindo demais! Bjo.
Lindo!
Precisava disso!
Obrigada!!
^^
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