quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O dia está estranho hoje. Não sei se é o frio. Não sei se é o céu acizentado. Não sei se sou eu! Sinto uma tormenta, vozes atordoando a cabeça. Os olhos estão pesados, querendo fechar, mas não posso fechá-los. Dormir agora me custaria horas preciosas. Tenho que ler contos pra aula de amanhã. Eu adoro contos. Mas não quero ler, meus olhos pesados dificultam a leitura e as vozes na cabeça dispersam a concentração. Dias frios desanimam. A janela está toda fechada, a cama por fazer. A mesa bagunçada. Os livros fitam-me: "você tem muito o que estudar". Eu sei. Mas me entreguei às vozes... o passado zumbe nos meus ouvidos. Estabeleci um diálogo, estou conversando com as vozes. Eu conto pra elas coisas que elas já sabem e repetem de cor. O quarto agora ouve o eco das vozes que falam e repetem o que eu falo. Uma sinfonia de vozes paira no ar. Coisas bobas, coisas alegres, coisas tristes... todas passeiam por aqui. Fechada no quarto, pareço pertencer a um mundo isolado dos demais. À parte, lá fora o som é outro. Nem estou interessada em saber o que o mundo grita lá fora. As vozes berram aqui dentro. Nem que abram a porta e os dois mundos se misturem, ainda assim, eu sentirei mundos diferentes, divididos. Nesse momento, sou por fora o que sou por dentro. E a atmosfera ao redor de mim parece fazer parte de mim, como se fosse uma coisa só, e esse é o mundinho no qual me encontro. Da porta, das paredes e da janela pra fora está o outro lado, o outro mundo, deste eu não faço parte. É estranha essa sensação. E cada vez mais, os olhos pesam. Estarei eu sonhando? Talvez, se eu quiser, eu possa voar. Ou acordar. Se eu estiver acordada, talvez seja melhor eu deitar e deixar meu corpo grudar na cama. Talvez seja melhor eu me entregar ao sono e perder as horas preciosas. Talvez eu tenha sonhos maravilhosos, como aquele que eu comi ontem. Talvez eu tenha pesadelos. Mas provavelmente não lembrarei deles. Sonhei tanto esses dias, sei que sonhei, só não lembro. Só lembro que sonhei com o Tigrão. O Tigrão é o tigre de pelúcia da Ka. O nome dele, na verdade, é Tony. Eu chamo de Tigrão...Tigrão Batatão. Quem o conhece sabe o porquê do "Batatão". É isso, vou deitar, abraçar o Tigrão. Abraçar o Leôncio e dormir! O Leôncio é meu leão de pelúcia. Meu bebê. Meu anjo. Meu amor. O nome dele é Leôncio Camarôncio. O "Camarôncio" não vai entrar na história hoje, outro dia eu explico esse nome. Sem mais delongas, boa noite!

3 comentários:

Anônimo disse...

eu sempre leio seus textos umas 2,3 vezes no minimo...eu não quero perder nadaaa, nem uma palavra...

outro lindo texto keel, simples e complexo...como só voce consegue fazer!

"Sem mais delongas"...
pois eu adoroooo suas delongas xD

bjaooooo amo-te

Karina Zichelle disse...

O outro. Só sabemos quem somos atráves dos outros. Sou aquilo que não sou.
Adorei a citação do meu lindo Tigrão! hehe e do Leôncio também.
Beijokas!
Love you.
^^

Fernanda Bello disse...

Você sabe que você é uma pessoa apaixonante, não sabe?
AMOTE.
Bjo.