quinta-feira, 16 de outubro de 2008
O corpo dormente deitado na cama amolece a energia que pouco a pouco espalha e afunda pelo colchão... sai por debaixo da cama e desaparece no chão. O corpo sem ânimo estatela-se na cama e lá permanece. Algo dentro dele quer transcender a linha que separa a coragem da vontade. O corpo está tão cansado... no silêncio da madrugada alivia-se de estar longe do caos da cidade que buzina nos seus ouvidos suas aflições e urgências... o corpo não quer saber dos prédios cinzas, nem das faixas pintadas no asfalto, nem das pessoas que vêm e vão... o corpo, se pudesse, flutuaria acima disso tudo. O corpo gruda na cama. O corpo não pesa, mas pesa sobre ele o mundo de tarefas que o corpo precisa realizar. Pesa sobre ele a culpa de deixar tudo de lado. Pesa sobre o corpo as palavras não pronunciadas e o medo das que foram. Pesa sobre ele a ansiedade, a espera das respostas. O corpo é preguiçoso... sente uma preguiça do mundo. O mundo lá fora podia desabar; o corpo, aqui dentro, nem se mexeria do lugar. O colchão engole o corpo, este afunda até cair no chão. Espalha-se... logo desaparecerá... pra sempre!
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2 comentários:
Falta Lítio (lithium) no seu corpo.
É sério. Digo isso porque sei da sua natureza. Believe me. Somos feitas do mesmo material.
Vc me faz muita falta!
AMOTE.
Bjo.
Oi, bonita!
Que saudade de ti!
Não nos vemos a um bom tempo!
Vc é uma especial e linda alma, amei suas palavras tocantes para mim!Fiquei emocionada!
Amo Florbela Espanca....meu primeiro recital de poesia, ganhei recitando "eu"...
Amei a frase...
"Pesa sobre ele a culpa de deixar tudo de lado"...
bjs
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