quarta-feira, 14 de abril de 2010

(Des)Aparecida

Fitas, cores, risadas, danças, tambores, músicas, barulhos... ruas agitadas, barraquinhas, fantasias, doces, salgados, cavalos, bandeirinhas, presentes, pessoas. Amigos, recém-amigos, colegas, amores... burburinhos em cada esquina, cervejas, cadeiras, sinos pela cidade, mais risadas, fotos, confusão, cansaço, chuva, ônibus, jornais, confissões, rostos vermelhos, blusas jogadas, beijos...

Menina!

Uma menina que contrapunha com o cenário! Dentro dela não era agito! Por mais que ela batesse o pé acompanhando o ritmo externo, internamente ela era mansa, calma, mole, flutuante. A menina era como o pôr-do-sol. Anunciava a noite que não demoraria a chegar! A menina estava em "slowmotion", enquanto tudo ao redor fervia. A ebulição externa não importava! O concreto não a satisfazia! O possível não a interessava! Era o impalpável que ela queria! É o que ela sempre quer! Por mais que doa! E dói! Ela sabe! Ela bem sabe...

Lágrimas testemunhadas somente pela janela, sua leal companheira!
Lágrimas que terminavam de apagar o rosto da menina! Na garganta, o ar embolava preso à parede...

Sorrisos falsos... rosto (ou espectro dele) erguido... a despedida!
Desaparecimento...

A menina sumia e cada parte arrancada de seu corpo doía!


E ainda dói!



Ela sabe!





Ela bem sabe...

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