domingo, 20 de setembro de 2009

No silêncio da noite, ela se perguntava o que ela estava fazendo errado. Sim, pois estava errado. Certo não estava, afinal, se estivesse, as coisas seriam de outro modo. Ela se sentiria feliz. Mas realmente feliz e não a felicidade superficial que ela sabe que é a única felicidade que sente. Porém, infeliz ela também não é, embora já tenha sido. Como se chama esse meio termo entre infelicidade e felicidade? Tem nome isso? Vida? Talvez. Ser infeliz é característica de quem não vive... sim, quando ela não vivia ela era infeliz, agora ela vive e já não é infeliz, porém também não é feliz, plenamente feliz. Ser feliz é para os mortos. E não, morrer não é a mesma coisa de não viver que eu disse agora pouco. Morrer, você morre e pronto. Estar morto em vida é outra história... Quando ela era infeliz, ela estava morta em vida. Agora ela está viva em vida. Bom. Pelo menos, é o que ela pensa. Talvez o meio termo seja o melhor mesmo... talvez não.. quem sabe... Ninguém sabe essas coisas... Viver é isso, é não saber das coisas e mesmo assim seguir em frente. Talvez essa seja a graça, sei lá. Ela vai vivendo, seguindo a vida... mas ela pensa que está fazendo tudo errado. E, de fato, está. Mas o que é certo fazer? Está aí outra pergunta sem resposta. Talvez o errado seja o certo algum dia e ela só não saiba disso ainda... Talvez ela se sentir um peixe fora d'água seja porque o mundo é todo torto e ela não saiba como se encaixar nele... talvez ela consiga se encaixar um dia... ou não... quem sabe seja melhor não se encaixar mesmo... mundo besta esse... mas os que não se encaixam têm um triste destino, mas talvez o mais sincero destino: a solidão. É, ela é solitária. E tem a sua própria bolha... Menina, fique na sua bolha! Ela te pertence, nela você se encaixa! E quer saber, doce menina, não é você quem tem que tentar se encaixar nesse mundo não... é ele quem tem que se encaixar! E se ele não se encaixa, então que continue torto e besta, você não precisa fazer parte dele, pelo menos, não da forma que ele reservou pra você, você molda sua própria forma. Menina, tire os cabelos do rosto, não tape a face rubra, não esconda os olhos cansados... por que sentir vergonha? Por que tanto medo? Por que tanta fragilidade? Em sua bolha não há o que temer! Menina, doce menina, já é uma mulher, só não sabe disso. Mas não tem problema, pode continuar sendo menina! Só não tema, seja forte e defenda a sua bolha, a proteja, ela é sua fortaleza e ninguém, ninguém, menina, vai destrui-la! Só quem pode é você mesma, mas você não fará isso, menina. Destruir sua bolha é destruir você mesma! Não faça isso nunca! Nem quando o coração apertar e o vazio te deixar sem ar! Nem quando a dor te corroer! Não sucumba a ela! Seja forte! Menina, você só tem a você mesma e é a pessoa mais valiosa, só você sabe de você mesma, só você pode ser você e mais ninguém. Quando os outros zombarem de ti é porque não sabem o quão valiosa você é e porque eles próprios já perderam a valiosidade que tinham! Não valem a pena... Algumas pessoas simplesmente não valem a pena! Nunca se esqueça disso! Eu te amo, menina!

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