quinta-feira, 25 de junho de 2009

ALGUMAS VOZES...





Deitou-se no chão gelado. Nua. Precisava sentir o corpo vivo. Pediu que cobrissem seu corpo com rosas vermelhas e que os espinhos fossem penetrados em sua pele. No peito, cravou uma estaca. Algumas rosas mergulhavam no sangue... se confundiam no vermelho vivo. Vivo. O momento que antecede a morte é onde o corpo encontra-se verdadeiramente vivo! Só ali, naquele exato momento; preciso! Um suspiro e fim! A vida de forma plena só é possível em alguns segundos... não vivemos, existimos e existir não é mais do que viver...





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Apenas por agora... diga que nunca me amou. Eu te amo. Mas não me ame. Não você... não agora! Seu amor não enche-me, não me completa, o que eu preciso é da falta! Da falta de amor! Não me ame! Em desespero, peço que vire as costas, dê boa noite e saia! Pra sempre! Vai embora! Em segredo, torço para que fique! Mas se ficar, não me ame! E se for, não volte! Mas nunca, nunca me esqueça!





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O único beijo que eu tive foi de uma sacola que o vento trouxe de encontro ao meu rosto na rua.



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Encontrei você sentada num banco de praça, devorando um sonho de padaria, lambendo o creme que se atrevera a escorrer pelo canto dos lábios. Sua doçura ao comer o sonho encheu-me de alegria. Devorar sonhos é como voar!



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Eu descobri o céu. E as estrelas e a noite. Eu descobri a chuva. As nuvens e o sol. Eu descobri a lua. E suas fases. E até mesmo seu lado escuro que não podemos ver, mas eu posso! Eu posso tudo! Posso até voar! Eu descobri o sorriso. E o choro. Descobri o abraço. O tapa. A dor. E a alegria. Eu descobri que sou infinitamente maior do que eu mesma. Eu descobri que basta eu fechar os olhos pra tudo mudar! Eu descobri que pra ser feliz, basta sonhar! E descobri que pra sonhar não precisa dormir! Mas que dormir é bom! Descobri que acordar nem sempre é bom! Descobri que o amor é simples! E que eu complico ele! Descobri que o ser humano complica tudo! E descobri que eu não sou um ser humano. Pra que classificar o "ser"? Eu sou e ponto. Um dia, eu fui. No outro, eu serei. E no outro, eu não serei mais. Descobri que antes de mim o mundo já era mundo. E que depois de mim, o mundo ainda será mundo. Descobri que apesar de ter um tempo certo nesse mundo, eu sou atemporal. Minha alma é. Descobri que minha alma é aquilo que eu quero que ela seja. Descobri o vento! Descobri o vento nos cabelos! No rosto! Descobri a vida! A sensação incompleta de viver! Descobri uma porção de coisas. Descobri que descobrir é bom! Descobri a escrita! E depois disso, o tempo parou de passar!


2 comentários:

Tally M. disse...

sua sensibilidade é encantadora!
te adoro!
beijos

Karina disse...

é lindo ver que a sensibilidade poética é um dom que emana de suas palavras. Adoro seus escritos.Quisera eu poder transbordar essa poética de uma pétala de rosas.
beijokas!
amo vc
^^