quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Desabafos e devaneios...

Eu vejo você tentando, e eu desperdiço cada tentativa sua... Isso me angustia! Mas eu, simplesmente, não consigo dizer nada! Você me cala... Eu gosto de ouvir a palpitação, no meu peito, batendo no ritmo de suas palavras... Eu olho dentro de mim quando vejo você e isso não poderia ser mais aterrorizador! Emudeço, estremeço... Eu imagino a sua mão se envolvendo na minha e não passa de um pensamento tolo no meio de tantos outros... Eu queria me transbordar... transbordar e escorrer até você, manchando-o comigo... Mas o medo barra qualquer gota que possa respingar em você. O medo me seca!

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Desmoronando lentamente... Tento juntar os restos das cascas, ficar rígida de novo! Não resisto por muito tempo. Sorrio para os arredores! Tudo tão falso! Tento fazer do orgulho o meu alicerce! Não adianta! Não impede o desabamento...

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O desconforto me exausta! Eu só queria um pouco de alívio! Eu não relaxo, estou sempre nervosa, ansiosa, incomodada, inquieta!

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"Estou olhando nos olhos. NÃO OLHA! Agora, tô fitando a boca, será que estão percebendo? Vou olhar nos olhos de novo pra disfarçar. Não consigo. Isso, ajeita a calça, amarra o tênis que não desamarrou. Olha pros lados! PROS LADOS! Xi, vão perceber que eu tô olhando demais pros lados. Volta pros olhos. Não! Pra boca! Mexe na mochila! Isso, a mochila disfarça bem. Mas eu não tenho o que pegar na mochila. AAAAH! O celular. Finge que tem algo pra olhar no celular. É, essa não vai colar por muito tempo. Será que tá na cara que eu estou desconfortável? Eu não quero que fique na cara. Raquel, olha pra pessoa!!! Sorri! Isso! Presta atenção no assunto! NO ASSUNTO!!!"
Metade do que me falam simplesmente se perde... Isso acima não é nenhum exagero. É exatamente assim que fico em quase todas as conversas. Deu pra tentar entender o INFERNO, e faço questão de ressaltar esta palavra, que é ser eu?
O ator, às vezes, em cena, não sabe o que fazer com as mãos. Pensa isso fora de cena, acontecendo todos os dias. É assim. EXATAMENTE assim! E antes fosse não saber apenas o que fazer com as mãos. Eu não sei o que fazer comigo!

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Irrita quando querem me fuzilar com piadas e brincadeiras a todo momento. Gosto do contraste. Gosto do riso que surge pra quebrar com o peso da seriedade e responsabilidades. Mas se é o tempo todo, não há o que quebrar. Se a cada coisa que eu disser, eu receber como resposta uma piada, ela se banaliza, ela vira comum e perde o sentido de ser e a força que possui. Ela não transforma, ela mantém. Ela vira rotina, ela se cristaliza. Ela vira monotonia. Ela entedia. Se o humor entedia, não há humor. Não há graça. Não encanta, não satiriza, não reflete, não critica, não cutuca. Apenas irrita e isso não muda nada. O tiro sai pela culatra. Podem discordar. Só estou dizendo que, comigo, não funciona e me sinto metralhada e de saco cheio!

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Deitou-se no chão gelado. Nua. Precisava sentir o corpo vivo. Pediu que cobrissem seu corpo com rosas vermelhas e que os espinhos fossem penetrados em sua pele. No peito, cravou uma estaca. Algumas rosas mergulhavam no sangue... se confundiam no vermelho vivo. Vivo. O momento que antecede a morte é onde o corpo encontra-se verdadeiramente vivo! Só ali, naquele exato momento; preciso! Um suspiro e fim! A vida de forma plena só é possível em alguns segundos... não vivemos, existimos e existir não é mais do que viver... (25/06/2009)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Nada mais tem me bastado! Nada. Ninguém! Estou esperando por alguém que, milagrosamente, faça essa porra de vida ter um mínimo de graça! Nada! Ninguém! Mesmo ao me deparar com alguém que pensa a vida como eu, que a sente como eu, não basta. Não é suficiente para que algo aconteça! É um desperdício tamanho! Nada! É aí que percebo que é sozinha mesmo que vou ficar. Não aguento tanta falta de lirismo, sutilezas e delicadezas. Não aguento tanta falta de sensibilidade! Estamos brutos! O amor está desacreditado! Eu já o abandonei. Sim, eu me acomodei. O que eu quero vai além da carne, mas parece que é só a carne que interessa aos olhos babentos... Deixa pra lá... Como já me foi dito, tão sabiamente, eu quero "dessexualizar o sexo"... Bobagem, não é mesmo? Às vezes, eu queria ser só um pouquinho como os outros, estes que olham o sexo como ele é, sem idealização, sem babaquice de menina sonhadora... Estes que desejam e fazem sem muitas teorizações, mimimis, devaneios e rodeios... Sentem o que tem que sentir, e isto basta! Mas, pra mim, não! Nada basta! Sempre à espera do que não chega... E eu nem sei mais o que espero... O esperar é confortável, no fim das contas... Deixa pra lá... Ninguém tem nada a ver com isso mesmo.